Saiba quem são os PMs presos pela morte de dono de rádio em Fortaleza; veja - Conexão Correio

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Saiba quem são os PMs presos pela morte de dono de rádio em Fortaleza; veja

Foto: Reprodução/Redes Sociais Dois dos três policiais militares presos por envolvimento na morte do empresário dono de rádio Vinícius Cunha...

Foto: Reprodução/Redes Sociais

Dois dos três policiais militares presos por envolvimento na morte do empresário dono de rádio Vinícius Cunha Batista já respondiam por outros crimes, incluindo homicídios. A reportagem apurou que os PMs detidos na condição de investigados são Wellington Xavier de Farias, Rodrigo Aguiar Braga e Rebeca Júlia de Almeida Canuto. 

Vinícius Cunha Batista foi morto a tiros quando saía de uma padaria no bairro Engenheiro Luciano Cavalcante, em Fortaleza. No local foram encontradas munições calibre 9 milímetros, Ponto 40 e 380. 

Rodrigo e Rebeca são atualmente lotados no Batalhão Especializado em Policiamento do Interior (Bepi), enquanto Wellington atua no 19º Batalhão de Policiamento Militar. A Polícia não divulgou informações sobre o que motivou o crime ou se os agentes teriam sido contratados para 'executar o serviço'.

Os três policiais estão na condição de investigados por suspeita de participação no crime. Os mandados contra os militares são de prisão temporária. 

A defesa dos agentes, representada pelo advogado Kaio Castro, disse aguardar "a liberação do acesso ao incidente processual cautelar, bem como ao inquérito policial, para exercer o contraditório e a ampla defesa. Manifestar-se-á em momento oportuno, quando for retirado o sigilo".

O Diário do Nordeste apurou que a principal linha investigativa adotada pelas autoridades sobre a motivação da morte é que o empresário foi assassinado devido à ligação dele com processos licitatórios em prefeituras no Interior do Estado. 

HOMICÍDIOS E TORTURA

O soldado Wellington Farias responde criminalmente por um duplo homicídio e tortura, com desaparecimento de vítima, enquanto o cabo Rodrigo Aguiar tem antecedentes criminais por tentativa de homicídio e participação no motim de PMs, no ano de 2020.

Já a soldado Rebeca Almeida chegou a ser investigada no ano passado por um extravio de arma de fogo e munições de um militar, na Caucaia. Recentemente, a Justiça Militar decretou extinta a punibilidade neste caso.

A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD) disse por nota que deu apoio operacional ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), resultando nas três prisões: " ressalta-se que a CGD está adotando as devidas providências na seara administrativo disciplinar".

A reportagem apurou que equipes do DHPP e da DAI estiveram nas sedes dos batalhões onde os PM trabalham e fizeram buscas nos armários dos policiais.

Por nota, a Polícia Civil disse que os suspeitos foram presos nas próprias residências deles, nos bairros Boa Vista e Jangurussu, em Fortaleza. Quatro armas de fogo foram apreendidas. 

“Os três presos seguem à disposição da Justiça e deverão ser recolhidos a um presídio militar. Além do inquérito policial, um procedimento administrativo foi instaurado na Controladoria Geral de Disciplina (CGD), sobre o ocorrido”, segundo a PCCE.

CRIMES ANTERIORES

O soldado Wellington e outros agentes respondem por um duplo homicídio na cidade de Tamboril, no Interior do Ceará. De acordo com documentos, os militares estavam de serviço quando receberam uma denúncia anônima indicando o transporte de um carregamento de drogas, por um mototaxista.

"Conforme relatado pelos militares, durante a ação, se aproximou uma moto em alta velocidade com dois ocupantes, o passageiro levava uma mochila nas costas. Motivo pelo qual os policiais da primeira equipe solicitaram a parada do veículo, tendo seu pedido ignorado pelo motorista que empreendeu fuga na moto. Oportunidade que os policiais alertaram a segunda equipe que estava mais a frente na estrada, esta que ao avistar os sujeitos na motocicleta ordenaram também a parada do veiculo", segundo o MP.

Os militares dizem ter revidado o ataque, ficando feridos os dois suspeitos, que chegaram a ser encaminhados ao hospital em Tamboril, mas não resistiram aos ferimentos.

O outro crime foi notificado como tortura, seguida de desaparecimento da vítima, em Camocim, também no Interior. 

Na ficha do cabo Rodrigo Aguiar Braga consta uma tentativa de homicídio ocorrida em Fortaleza, na mesma região na qual o empresário foi assassinado. De acordo com a investigação, no ano de 2020, Rodrigo foi contratado pelo ex-chefe da vítima para cometer o homicídio.

A vítima, de identidade preservada, estava em uma oficina, quando dois homens armados desembarcaram de um carro e atiraram. O sobrevivente reconheceu o PM Aguiar como um dos autores do disparo. O processo segue em andamento.

Ainda no ano de 2020, segundo a acusação, Rodrigo foi fotografado, fardado, no 18º BPM, no bairro Antônio Bezerra, participando do motim.

INVESTIGAÇÃO DA MORTE DO DONO DA RÁDIO

Foi o governador do Ceará, Elmano de Freitas, quem anunciou as prisões dos PMs, na manhã desta sexta-feira (9): "nossa polícia prendeu hoje cedo três policiais militares acusados de envolvimento na execução do sr Vinicius Cunha, no último dia 30, em Fortaleza. Ao mesmo tempo em que lamento que agentes públicos se envolvam em práticas criminosas, enalteço o trabalho da nossa polícia séria e comprometida, a imensa maioria, para combater a bandidagem", escreveu Elmano nas redes sociais.

Ainda em mensagem, o governador do Ceará falou sobre punir quem for necessário em prol da segurança do Estado. "Não deixaremos crimes impunes e prenderemos quem quer que seja, um a um, para garantir mais segurança e justiça para nossa população".

A família da vítima disse, por meio da sua assessoria jurídica, que a esposa de Vinícius desconhece "eventual motivação do crime, cabendo às autoridades policiais o trabalho de investigação e, certamente, de punição" e que confiam  "no trabalho das autoridades, resta a imensa dor da perda e a saudade, pelo que se requer respeito em razão do delicado momento do luto".

Vinícius estava sozinho quando foi abordado pelos criminosos, saindo de uma reunião na padaria. O empresário tinha completado 47 anos na data do assassinato. 

Além de sócio-proprietário do Sistema Uirapuru de Comunicação, a vítima também era sócio-diretor da Provale Energia e Grupo Reluz, com sede em Limoeiro do Norte. Segundo fonte entrevistada pelo Diário do Nordeste, as empresas de energia de Vinícius costumavam concorrer em processos licitatórios em prefeituras no Interior do Estado, no ramo de iluminação pública.

Da redação do Conexão Correio com Diário do Nordeste 

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