Foto: Divulgação/Governo do Estado O governador Elmano de Freitas (PT) recebeu representantes do setor produtivo no Ceará para discutir o de...
![]() |
Foto: Divulgação/Governo do Estado |
O governador Elmano de Freitas (PT) recebeu representantes do setor produtivo no Ceará para discutir o delicado momento de imposição de tarifas pelo governo americano aos produtos brasileiros, o que deve atingir em cheio a economia cearense, segundo relatos dos empresários e representantes do Setor. Na reunião, os empresários pediram apoio ao governador para interlocução com o Governo Federal para negociações diplomáticas.
Após o encontro, Elmano, ainda na segunda-feira (14), ligou para o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckimin, para apresentar as demandas do Ceará. Segundo o governador relatou aos representantes do empresariado, as negociações com o governo americano começam imediatamente e vão envolver a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), que representa especificamente o agronegócio brasileiro.
O tarifaço de Trump tem potencial para causar estragos na economia cearense. Segundo o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Ceará (Faec), Amilcar Silveira, os setores mais atingidos no agro cearense são água de coco, cera de carnaúba e pescados.
“Os EUA são um mercado muito exigente e que paga bem pelos nossos produtos. Não podemos perder esse mercado de maneira nenhuma”, diz o presidente ao reforçar que, apesar dos esforços, o setor ainda está “anestesiado” com as possibilidades de perdas bilionárias.
Articulação para reverter o tarifaço
De acordo com ele, o governador Elmano de Freitas se mostrou sensível ao assunto e ouviu dos representantes dos setores um relato preocupante sobre perdas.
“O governador se mostrou sensível, já ligou para o Alckimin, mostrou preocupação com o possível impacto aqui no Ceará. Temos que ter muita humildade, temos uma boa negociação no Itamaraty e precisamos urgentemente reverter”, reforça.
O presidente da Faec faz críticas à forma usada pelo presidente americano, que tumultua o ambiente de negócios.
“Um presidente manda uma carta. Fala de tarifar em 50%. Alguns produtos já são tarifados.. Então, esse percentual é em cima de que? Não dá nenhum detalhe. Não dá para entender que lógica é essa”.
Amilcar Silveira
Presidente da Faec
Ele ainda reforça, além dos prejuízos econômicos, os riscos para a ordem jurídica mundial. “Temos séculos de acordos com os Estados Unidos, Isso pode desencadear um problema jurídico global”, alerta.
Outros produtos prejudicados
No Ceará, além dos produtos do agro, outras cadeias produtivas como a de aço e ferro e a de calçados serão muito prejudicadas pelo tarifaço de Trump, gerando temor de perdas severas.
Nos cinco primeiros meses deste ano, as exportações para os Estados Unidos corresponderam a mais da metade de toda a pauta cearense.
Da redação do Conexão Correio com Diário do Nordeste
Nenhum comentário