Foto: Ricardo Stuckert/PR Uma nova geração da televisão aberta e gratuita no Brasil tem início nesta quarta-feira (27), com a assinatura do ...
![]() |
Foto: Ricardo Stuckert/PR |
Uma nova geração da televisão aberta e gratuita no Brasil tem início nesta quarta-feira (27), com a assinatura do decreto que regulamenta a TV 3.0. No Palácio do Planalto, o ato foi feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e contou com a presença dos ministros das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, e Sidônio Palmeira, da Comunicação Social, e gestores das principais emissoras da TV aberta do País.
A novidade promete mais interatividade, qualidade de som e imagem superior, além de mais integração à internet. O sistema, na compreensão do Governo, "moderniza o setor e coloca o País na vanguarda da radiodifusão mundial".
Os testes técnicos foram concluídos em dezembro do ano passado e resultaram na criação de nove normas descritas em mais de 900 páginas. Com a assinatura do decreto pelo presidente, o texto passa, então, para a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A expectativa é de que toda a fase preparatória seja concluída ainda neste ano e o início das primeiras transmissões da TV 3.0 seja no primeiro semestre de 2026 — à priori, apenas nas grandes capitais. O processo completo, que garantirá a cobertura em todo o território nacional, deve levar até 15 anos.
Qualidade de sinal e melhor oportunidade para negócios
A cerimônia contou com a presença dos principais diretores da TV aberta do País: João Roberto Marinho (Globo), Renata Abravanel (SBT), Marcos Vinícius (Record), Johnny Saad (Band), Amilcare Dallevo (RedeTV!), Monteiro Neto (Rede Vida), Luiz Cláudio Costa (Record) e Paulo Tonet Camargo, presidente da Associação Internacional de Radiodifusão.
O presidente da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), Márcio Novaes, destacou a importância da medida para o setor. “[É] mais um marco importante na história da televisão brasileira. Continua de graça, gente, sem pagar nada. Isso é muito importante, porque a televisão brasileira, a radiodifusão brasileira, é única. Poucos países têm a qualidade, a penetração e a força que a televisão brasileira tem. Isso tudo calcado em cima da confiança, da qualidade, da credibilidade e do respeito ao povo brasileiro. Isso é fundamental".
O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Sidônio Palmeira, também destacou a relevância da TV na vida da população.
"O brasileiro assiste, em média, presidente, cinco horas de TV por dia. A maior parte desse tempo é dedicada aos canais abertos. Este Governo olha com atenção e dedicação aos temas sociais, mas valoriza, com a mesma ênfase, o desenvolvimento tecnológico. Esse decreto representa a nossa visão de futuro sobre a agenda digital e tecnológica".
Sidônio Palmeira
Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
Segundo Palmeira, a nova tecnologia terá impactos diretos no cotidiano dos brasileiros. “Todos os canais de TV aberta poderão operar na nova plataforma. A TV 3.0 nasce conectada e em permanente convivência com a internet. Com isso, haverá mais opções para o cidadão: imagem melhor, som melhor, além de novas funções para espectadores e anunciantes. Também será um marco de acessibilidade, permitindo canais de áudio diferentes para que pessoas com deficiência possam se informar e se divertir junto com toda a família. É uma transformação inclusiva”, ressaltou.
O ministro afirmou ainda que a inovação corrige falhas atuais e garante soberania ao País. “Não podemos naturalizar que parcerias comerciais acabem escondendo canais de TV aberta, como acontece hoje. Este decreto corrige isso. Também ninguém será obrigado a trocar de aparelho de televisão, pois os canais atuais continuarão funcionando normalmente. Hoje não estamos apenas estabelecendo regras para o funcionamento da TV 3.0. Estamos desenhando parte do futuro das comunicações no Brasil, acreditando no pluralismo e na diversidade. Queremos fortalecer a indústria nacional, ampliar a produção de conteúdo brasileiro e atender aos interesses da população”, completou.
O que é a TV 3.0?
É um sistema que promete revolucionar a TV aberta, promovendo a integração dela com a internet. Com a inovação, não haverá mais os canais tradicionais nos aparelhos da população, mas, sim, aplicativos — a exemplo dos serviços de streaming. E, para utilizá-los e ter uma experiência personalizada, será necessário um login.
A migração, no entanto, será gradativa, com início nas grandes capitais. Isso dará tempo para que os canais passem a oferecer, também, conteúdos adicionais sob demanda, como séries, jogos e programas especiais.
Mesmo quem não possui acesso à internet poderá usufruir do sistema, uma vez que a ideia é que as televisões tenham conteúdos já disponibilizados pelos canais abertos e transmitidos por sinal aberto e gratuito.
Ganhos da nova tecnologia
A nova política de comunicação recebeu um investimento na ordem de R$ 7,5 milhões e deve permitir a entrada de novos radiodifusores, tornando o setor ainda mais democrático e acessível aos brasileiros. Além disso, com o uso da internet, a TV 3.0 poderá servir como ponto de acesso a serviços públicos digitais e como ferramenta de inclusão e participação social.
A nova tecnologia também oferecerá aos telespectadores imagens em 4K e 8K, som imersivo e maior interatividade, aproximando a televisão aberta dos serviços de streaming.
Como ficarão as emissoras públicas com a TV 3.0?
Conforme o governo Lula, os aplicativos de emissoras públicas como a TV Brasil, TV Câmara, TV Senado e TV Justiça terão posições garantidas no catálogo da DTV+ — que será o ícone da TV 3.0. Os usuários do sistema poderão organizar manualmente a ordem dos ícones, conforme suas preferências e garantindo uma navegação mais intuitiva.
Da redação do Conexão Correio com Diário do Nordeste
Nenhum comentário