Foto: Kid Júnior Os dois últimos trechos da primeira fase para a construção da Ferrovia Transnordestina no Ceará, entre Baturité e Aracoia...
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Foto: Kid Júnior |
Os dois últimos trechos da primeira fase para a construção da Ferrovia Transnordestina no Ceará, entre Baturité e Aracoiaba (lote 9) e entre Aracoiaba e Caucaia (lote 10), devem ser contratados até o fim de outubro próximo, caso os recursos sejam liberados.
As informações foram repassadas ao Diário do Nordeste pela Transnordestina Logística S.A. (TLSA), empresa responsável pela obra.
O lote 10, com 51 quilômetros de extensão, deve ser o próximo a ser contratado, no prazo de até 60 dias, com a assinatura do acordo prevista para o fim de setembro. Já o lote 9 deve ser contratado em até 90 dias, ou seja, até o fim de outubro.
A TLSA o avalia como o trecho de infraestrutura mais desafiador no Ceará, pois passa quase integralmente pelo Maciço de Baturité, região serrana com relevo montanhoso.
O que prevê a fase 1 da Trasnordestina
A fase 1 da ferrovia prevê a ligação entre São Miguel do Fidalgo (PI) e o Porto do Pecém (CE). Os dois últimos lotes ainda aguardam contratação, mas, se o cronograma for mantido, os contratos serão assinados em outubro, mesmo mês em que a ferrovia deve começar a operar.
Em outubro, a ferrovia começará a operar no trecho entre Bela Vista do Piauí (PI) e Iguatu (CE), em um percurso de pouco mais de 500 km, menos da metade da extensão total da linha, que é de 1.206 km. Inicialmente, serão transportados grãos entre os terminais intermodais das duas cidades.
Iguatu também contará com um porto seco, assim como Missão Velha. Já em Quixeramobim, no Sertão Central, a estrutura está em estágio mais avançado e, até o momento, é o único porto seco oficializado da Transnordestina.
Entrega completa da Transnordestina é antecipada
A fase 1 da ferrovia corresponde a quase 90% de todo o trajeto ferroviário. Os pouco mais de 10% restantes, cerca de 140 km, interligam São Miguel do Fidalgo até Eliseu Martins (PI).
A chamada fase 2 seria iniciada somente após o término da fase 1, mas foi antecipada após anúncio de Tufi Daher Filho, presidente da TLSA.
No mesmo evento que contou com a presença do presidente Lula, em Missão Velha, Tufi anunciou que a fase 2 deverá começar as obras no 1º semestre de 2026, e ser concluída até junho de 2028.
Na divulgação de cronograma anterior, esse trajeto seria concluído somente em meados de 2029.
Vale lembrar que a Transnordestina faria um percurso em formato de "T" invertido, interligando o interior do Piauí ao Porto do Suape (PE), com uma conexão em Salgueiro (PE) subindo em direção ao Porto do Pecém.
Em 2022, no entanto, a TLSA retirou da concessão a construção do trecho Salgueiro-Suape, e agora a ferrovia é construída em formato de "L" invertido. Esse percurso, no entanto, está em vias de ser retomado pelo Governo Federal, que deve contratá-lo em agosto.
Ao todo, os 1.206 km da Transnordestina devem custar, entre financiamentos público e privado, mais de R$ 15 bilhões. No projeto, a ferrovia operará exclusivamente no transporte de cargas entre o interior do Piauí e o Porto do Pecém.
Entenda os recursos aguardados para a conclusão da obra
A TLSA aguarda quantias previstas para 2025 a serem liberadas via Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), do Banco do Nordeste, administrado pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Ao todo, R$ 2,4 bilhões em verbas públicas devem chegar aos cofres da concessionária neste ano. Os primeiros R$ 1,4 bilhão foram liberados em visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em visita à cidade de Missão Velha, no Cariri cearense, em 18 de julho.
Os outros R$ 1 bilhão restantes são relativos à parcela do FDNE prevista para 2025. Ao todo, a TLSA vai captar mais R$ 3,6 bilhões, totalizando pouco mais de R$ 7,1 bilhões angariados através do fundo desde o início da construção da Transnordestina.
Restarão ainda outros R$ 1,6 bilhão, que serão gradualmente liberados pela Sudene até 2027. A previsão da empresa é de que a linha férrea seja completamente concluída em setembro de 2027, 21 anos depois do começo das obras.
Da redação do Conexão Correio com Diário do Nordeste
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